Por Eduardo Vilas Bôas
Professor de Moda do Senac SP
O desenvolvimento de uma coleção de moda deve, além de diversos outros aspectos, compreender três categorias de produtos: Básicos, Fashion e Vanguarda. O entendimento do conceito de cada uma dessas categorias está diretamente relacionado ao perfil do público-alvo, uma vez que sendo esses conceitos abstratos, tornam-se relativos, ou seja, àquilo que é básico para um grupo psicográfico pode ser considerado muito arrojado para outro.
Em linhas gerais podemos entender que os produtos Básicos são peças funcionais, com pouco apelo de moda e design, usadas geralmente para compor looks. Pelo menos de 10% a 20% da coleção deve concentrar-se nessa categoria, pois ajudam nas vendas complementares e agradam clientes mais conservadores.
Os produtos Fashion são modelos que atendem a moda do momento por suas formas, cores e padronagens. São modelos com vida útil curta, já que logo novas tendências surgirão. Em torno de 70% da coleção concentra-se nessa categoria, já que as empresas precisam estimular a rotatividade dos produtos.
A terceira categoria é de produtos de Vanguarda, que são peças que carregam o conceito chave da coleção, permitindo-se, assim, extravasar no design. Por serem mais elaboradas, criativas e com tecidos, aviamentos e processos especiais, tendem a ter Preço de Custo e de Venda mais elevados. Esses produtos geralmente são destaques em desfiles e editoriais por ter valor iconográfico. Pelo menos de 10% a 20% da coleção deve concentrar-se nessa categoria a fim de manter evidente o apelo de moda da marca.
Proporção do mix de produtos de uma coleção/ Reprodução
Logo, como dito, a distribuição do Mix de Moda deve variar conforme o estilo da empresa. Confecções voltadas ao público jovem e ávido por novidades costumam aumentar a quantidade de produtos Vanguarda. Já empresas que trabalham com consumidores mais clássicos investem mais em produtos Básicos. O importante é sempre manter produtos das três categorias na proporção adequada ao seu mercado.
Para isso o histórico de vendas é um excelente recurso de consulta. Outra orientação é apresentar as peças de vanguarda no começo da estação, atendendo o público ávido pelas novidades, enquanto os modelos básicos devem concentrar-se para o final da coleção, momento que os consumidores tradicionalmente esperam liquidações – e a margem de lucro é mais comprometida.