Ao se desenvolver propostas para criação de coleções após os estudos acerca de um tema (que pode ser variado, desde filmes, épocas marcantes ou até fatos isolados da vida do criador) e suas influências conceituais no visual final do produto, inicia-se a geração de imagens conceituais. Essas imagens vão guiar a extração dos elementos formais, das texturas, das cores e dos materiais que realmente farão parte desse universo criado para dar vida a uma coleção de moda.
Estas imagens conceituais devem, ao final, relacionarem-se em enorme sintonia com o conceito descrito nos releases de lançamento das coleções – o que realmente é traduzido em elementos para os produtos da coleção criada.
Segundo Adriana Canto, na dissertação de mestrado intitulada “A relação entre o produto de moda e a imagem conceitual geradora: em busca de um método“, é a partir de dados coletados que as análises de informação do release e das imagens conceituais geradoras são essenciais para orientar o trabalho, não apenas no sentido estético, mas principalmente para facilitar a interpretação da pesquisa ao produto final, com o objetivo de além de dar conceito, dar também unidade ao trabalho.
Adriana ainda relata, que a partir de uma análise mais profunda e embasada na teoria referente à imagem, pôde verificar a ausência de dados no release. Essas incoerências são fruto da má interpretação de imagens, elementos, cores e formas verificadas no produto final.
Isto comprova que é necessário cumprir todas as etapas no processo de criação e ter uma orientação dos criadores a respeito de anotações dos significados e elementos que compõem a imagem, bem como sua posterior relação com os elementos formadores do produto. Essas medidas são fundamentais para que discrepâncias sejam minimizadas e todo o conceito elaborado para execução da coleção, os relatos no release e os produtos apresentados tenham unidade e comunicação com o público.
Por Ana Luiza Olivete
Designer de Moda, Professora e Consultora Empresarial