Por Francys Saleh
Designer e docente no curso de Design de Moda na Universidade Católica de Pelotas (UCPEL)
Feiras e bazares foram os antecessores da loja de varejo. Caixeiros-viajantes levavam roupas para esses mercados, e os produtos mais caros eram mostrados apenas para clientes ricos selecionados. Os preços não vinham marcados na mercadoria, o que permitia que comprador e vendedor negociassem. Com o grande número de pessoas estabelecidas nas cidades, o varejo no século XIX surgiu para atender ao desejo de se ter disponível uma maior quantidade de mercadorias. Além disso, os artesãos vendiam os seus produtos em comércios próprios. Aos poucos, essas lojas foram agrupadas pelo comércio e regulamentadas pelas associações.
O varejo moderno tem suas raízes no século XIX, quando a moda a preços acessíveis foi disponibilizada pela primeira vez ao público em geral.
A Revolução Industrial desencadeou a produção e o ciclo de varejo autossustentável. Quanto mais bens eram produzidos, mais produtos havia para vender, o que aumentou a atividade comercial e deu à classe média em expansão mais dinheiro para gastar, criando uma demanda por mais produtos. Essa demanda crescente por diferentes tipos de mercadorias foi a base para o desenvolvimento do varejo no século XIX. As lojas varejistas expandiram-se nas cidades, perto dos centros de produção e da população. À medida que mais pessoas se aglomeravam em centros urbanos para trabalhar, as lojas iam abrindo em áreas convenientes aos clientes.
Depois, o varejo no século XIX criou a divisão entre os dois tipos de comércio: a loja especializada e a loja de departamentos. As lojas de artesanato tradicionais evoluíram para as lojas especializadas, e as lojas gerais se desenvolveram em lojas de departamentos, que disponibilizavam uma ampla variedade de mercadorias. Comprar em lojas de departamentos virou uma atividade popular, como ir a uma exposição. Pela primeira vez, pessoas de todas as rendas podiam, no mínimo, desfrutar e olhar produtos sofisticados.
FONTE: Moda – Do conceito ao consumidor – Gini Stephens Frings
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