O que é tecnologia vestível?10 min read

Sumário:

Descubra como os wearables estão revolucionando nosso cotidiano.

Você já percebeu que a tecnologia está influenciando e revolucionando praticamente todas as áreas da vida. Ninguém mais se imagina desconectado da internet ou dos aplicativos que facilitam a comunicação entre as pessoas. Cada vez mais compramos carros e máquinas inteligentes e aprendemos a utilizar a tecnologia a nosso favor.

Entre as tendências do mercado, uma que tem grandes projeções de crescimento, assim como a internet das coisas, é a da tecnologia vestível.

Mas você sabe exatamente o que define uma tecnologia vestível? Conhecida também como wearables, ela contempla roupas e acessórios inteligentes. Os itens de tecnologia vestível normalmente também estão conectados em rede com outros equipamentos ou estão ligados à internet, enviando dados para softwares que trabalham em nuvem e que retornam informações para os usuários.

A indústria que está puxando o processo de P&D (Pesquisa & Desenvolvimento) do segmento de tecnologia vestível é a ligada com os esportes. O objetivo principal destes investimentos feito por esta indústria é potencializar o desempenho dos atletas e a capacidade humana de executar diferentes atividades. Apesar da tecnologia vestível estar se tornando cada vez mais fundamental para o segmento de moda esportiva, ela está crescendo também em diversas outras direções.

Quem nos conta mais sobre tecnologias vestíveis e suas diferentes categorias é Ana Luiza Olivete, designer de moda, consultora empresarial, professora e nossa colunista especial:

Como a tecnologia e a moda podem solucionar problemas juntas?

Quando falamos de tecidos inteligentes, sempre pensamos naquelas pesquisas iniciais dos materiais têxteis, onde se adicionava cheiro aos tecidos, tecidos que retiravam a umidade da pele, fios que respiravam melhor ou que liberavam creme hidratante e por aí vai.

Mas já estamos bem longe disso e muito mais perto das tecnologias vestíveis, ou seja, embutir a tecnologia em uma peça de vestuário, dar outra perspectiva e fazê-lo com significado, não apenas com significado estético e de comunicação, mas um significado real mesmo, no âmbito de solucionar algum problema.

Com o desenrolar dos estudos sobre tecnologias vestíveis, vem um aprofundamento sobre a sinergia entre os têxteis, a moda e a tecnologia e como ele pode ser um elemento solucionador de problemas.

Contextualizando, tecnologia vestível, nossa tradução para wearable, não necessariamente está ligada apenas ao vestuário, mas também à uma mochila, calçado, uma bolsa ou que pode estar embebido dentro de um material têxtil. Isso vem no impulso do que chamamos de internet das coisas, o que quer dizer que tudo está ligado à uma única rede a internet da cafeteira à máquina de lavar, telefone, ar condicionado, iluminação da casa, ou seja, um sistema eletrônico. E por que não o nosso vestuário?

Porque eles não podem trazer uma funcionalidade extra, assim como na comunicação: o jornal trouxe a palavra, o rádio trouxe a voz, a televisão e o computador trouxeram a imagem e agora os telefones celulares trouxeram a usabilidade,. O que nos falta agora é a portabilidade, onde conseguimos vestir e integrar nossas roupas com essa tecnologia.

Assim, entendemos que hoje, a moda tecnológica ou as tecnologias vestíveis, são processos multidisciplinares, onde engenheiros, cientistas da computação e designers trabalham juntos e a fim de integrar todo esse sistema. Onde o vestuário é a ponte entre o ser humano e o ambiente, dando novos significados, novas emoções para o próprio usuário, que hoje já nasce tecnológico.

Assim, entendemos hoje que temos três graus de interação do corpo humano com a tecnologia:

Portável (externo ao corpo)

Não necessariamente vestido, mas portado, como o nosso telefone celular, os relógios inteligentes, os óculos Google, etc.

Vestível (junto ao corpo)

Ainda são os mais comuns, onde a tecnologia está dentro dos têxteis ou do vestuário. Podem ser:

Interativos

Há diversas abordagens, como por exemplo, uma jaqueta da Levi´s que você pode passar músicas e atender chamadas telefônicas com um circuito embutido no tecido da jaqueta.

Jaqueta Levi’s com tecnologia Project Jacquard, da Google. A manga funciona como um controle remoto sensível para o smartphone.

Os fios têxteis deste circuito são condutores de eletricidade ou os chamados tecidos elétricos, onde são necessários os três pilares dos têxteis interativos: a tecnologia têxtil, a engenharia elétrica e a ciência da informação. Um exemplo de têxtil inteligente são as pesquisas inovadoras de Hussein Challayan, que a várias décadas atua nessa área.

Inteligentes

Há materiais têxteis que reagem com nosso material biológico, ou seja, quando suamos, a bactéria do suor reage com o ph da pele e a incentiva a abrir os canais respiratórios para melhorar o desempenho de atletas.

Malha da Texneo, com tecnologia que ajuda a equilibrar a temperatura corporal e evita os odores do suor.

Materiais que mudam de cor com a alteração do ph, do calor, do stress. Materiais que tem memória de forma, onde voltam a forma original com o calor ou movimento e podem deformar a peça a ponto de criar efeitos estéticos.

Implantável (dentro do corpo)

Tatuagens com tintas condutoras que conseguem monitorizar a temperatura do corpo, sensores que podem ajudar pessoas com deficiência a não sofrerem em exames e algum outro tipo de monitoramento.

Talvez seja a real interação homem-máquina. Uma realidade muito próxima que ainda estaremos vivos para presenciar.

E como não ceder aos fascínios da tecnologia?

O tamanho do mercado de tecnologia vestível

Empresas de diferentes portes e áreas de atuação estão investindo na tecnologia vestível. Gigantes como a Nike, Adidas, 3M, Puma, assim como startups com outras propostas e modelos de negócio estão pesquisando e desenvolvendo novos trajes, roupas e acessórios.

De acordo com uma reportagem do programa Mundo S/A do canal de TV GloboNews, estariam no mercado, no ano de 2017, 320 milhões de wearables. A expectativa é que este número dobre até 2021.

O mesmo programa cita outros números superlativos: crescimento de receita no segmento de tecnologia vestível de 25,9% em 2017, na comparação com 2016, e a estimativa de que 2,6% da população mundial estará usando produtos deste tipo até o final de 2017.

A consultoria IDC, por outro lado, projeta que os fornecedores de roupas e acessórios de tecnologia vestível comercializem 125,5 milhões de wearables em 2017. Esta venda representaria um crescimento de 20% sobre o que foi comercializado no ano anterior.

De acordo com o gerente de pesquisa da IDC Wearable, Ramon T. Llamas, o mercado de tecnologia vestível está entrando em uma nova fase. Segundo o especialista, quando este mercado começou a dar os primeiros passos, ele interessava apenas para as pessoas mais interessadas em tecnologia e nas últimas novidades do setor, mas agora ele já está sendo adotado por outros perfis de usuários que começam a perceber o ganho que eles terão não apenas com o uso do hardware trazido pelos wearables, mas principalmente com o processamento das informações registradas por eles.

Um relatório da empresa Ericsson também projetou que a tecnologia 5G irá fazer com que a tecnologia vestível seja cada vez mais utilizada nos cuidados de saúde. A expectativa é que a venda das faixas de pulso diminua na medida em que outros dispositivos ganhem mais espaço. Este poderá ser o caso das roupas inteligentes, com a fabricação de baixo custo feita por diversas empresas da China e a expectativa alta do Projeto Jacquard feito em parceria entre o Google e a Levi’s.

Algumas tendências em tecnologia vestível

Entre os wearables mais populares deste mercado ainda em expansão, estão as faixas de pulso e os relógios inteligentes que, entre outras funcionalidades, monitoram os batimentos cardíacos, o nível de estresse de um funcionário no trabalho e a temperatura de um atleta ou de um trabalhador que atua em uma mina.

Além de servir a atletas e a pessoas que adotam com facilidade as últimas novidades tecnológicas do mercado, a tecnologia vestível também promete revolucionar o mercado de segurança do trabalho. Diversos fabricantes de EPIs (equipamentos de proteção individual) estão investindo cada vez mais em tecnologia para ajudar a ampliar o que o mercado conhece como segurança no ambiente de trabalho.

A expectativa é que em um futuro não muito distante as empresas adotem máscaras ou outros dispositivos inteligentes que vão gravar todas as informações do ambiente de trabalho e também registrar as condições do trabalhador. Estas informações, como todas as demais que são captadas pela tecnologia vestível, serão processadas e vão ajudar a evitar acidentes, problemas de saúde e melhorar processos de tomada de decisões.

Um relatório da IDTechEx apontou para 41 categorias de produtos que podem ser considerados como parte do segmento de tecnologia vestível. Faz parte deste grupo tanto relógios inteligentes quanto rastreadores de fitness, roupas e óculos inteligentes, entre outros.

Uma das mais importantes vitrines tecnológicas do mundo, a CES 2017 apresentou algumas novidades do setor e que servem de termômetro de algumas tendências em tecnologia vestível. Uma reportagem da Men’s Health apontou alguns dos wearables mais interessantes apresentados na CES 2017.

Faz parte da lista o Halo Sport, fone de ouvido que, se usado durante 20 minutos antes de uma atividade física, ajuda a aumentar as conexões neuromusculares e melhorar a coordenação motora e outras habilidades.

Outro destaque apontado pela publicação são os Fitbit Charge 2 e Flex 2. O primeiro tem um monitor de frequência cardíaca integrado, um guia de respiração relaxante e controles intuitivos. O segundo, ultra resistente à água, registra as principais informações de um atleta das piscinas – e que pratique também outros esportes.

Também chamou a atenção na CES 2017 o Withings Steel HR, um relógio inteligente de estilo clássico que tem um monitor de frequência cardíaca contínua e uma bateria que dura 25 dias sem exigir recarga. A interface analógica do relógio muda quando o usuário recebe notificações digitais para chamadas, textos e eventos de calendário.

A lista de novidades nesta área parece não ter fim, mas vale comentar mais um lançamento da CES 2017: a roupa da Under Armour que ajuda os atletas a se recuperarem durante o sono.

A Athlete Recovery Sleepwear é uma coleção de roupas revestida com tecido biocerâmico que retorna o calor do corpo humano utilizando o mesmo princípio das terapias que utilizam o infravermelho para ajudar, com isso, no fluxo sanguíneo e na recuperação muscular. Estas são apenas algumas das tendências deste segmento com projeção de crescimento contínuo para os próximos anos.

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*Conteúdo produzido em parceria com a colunista Ana Luiza Olivete, designer de moda, consultora empresarial e professora.

Encontre mais conteúdos de Ana Luiza no Instagram, em @analuizaolivete, no podcast Conversa Desfiada e no canal Conversa Desfiada, no Youtube.

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