Por Thais Soares
Discente no curso de Tecnologia em Design de Moda na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
Quem nunca passou pela frente de uma vitrine e ficou tentada a levar uma bolsa, um sapato ou uma peça de roupa que estava em promoção? E quem já arrematou um acessório que ficou jogado em um cantinho do armário? O lowsumerism surgiu justamente para frear o consumo ou, pelo menos, fazer com que nos perguntemos: “Eu realmente preciso disso?”, ou ainda, “Será que não estou me deixando levar pela publicidade”, antes de fazer uma compra por impulso.
O Lowsumerism é uma nova proposta de consumo em que nos faz responder a essas perguntas antes de adquirir um objeto. Essa nova maneira de comprar também faz com que busquemos outras alternativas de consumo, como por exemplo: a troca, a permuta, o reparo de algum item que estava meio de lado. Não se trata, portanto, de consumir menos, mas sim de consumir com sabedoria.
Lowsumerism e Economia Compartilhada
Comprar faz parte da rotina do ser humano, todos os dias “precisamos” adquirir novas coisas que, em sua grande maioria, não são de primeira necessidade. Criamos desculpas como “não tenho roupas” ou “preciso desse novo modelo de carro” para justificar o consumo desnecessário, alimentando os desejos insustentáveis criados pelo capitalismo.
Um documentário lançado no início de agosto pela empresa Box 1824 – especialista em pesquisa de tendências comportamentais e de consumo – ganhou destaque na internet. Em um documentário de dez minutos podemos acompanhar a evolução do consumo desde a industrialização no século XIX, passando pela transformação em consumismo na década de 90, até a chegada da Economia compartilhada, em 2010.
A economia compartilhada não deixa de ser um modelo interessante, porém não reduz o desejo de consumir, somente a posse. Ela permite que o consumidor use um produto sem que seja necessário adquiri-lo. Mas essa ainda não é a solução, da mesma forma que comprar produtos certificados com o “selo verde”, também não é. Na maioria das vezes, esse tipo de compra, apenas alivia a consciência momentaneamente e, chega a ser até mesmo irônico em casos de grandes redes de Fast Fashion, que vendem produtos ecologicamente corretos fabricados por mão-de-obra em condições subumanas.
Saiba mais:
O que uma blusa de bolinhas pode ensinar sobre Slow Fashion
Moda sustentável: Um estudo de maquinários
3Rs – A sustentabilidade na moda