No post anterior – Sapatos: da Pré-História ao Renascentismo – foi abordada a história dos sapatos do período paleolítico, quando os calçados eram feitos a partir de fibras de plantas, até o renascimento, quando passaram a ser usados como forma de distinção social por homens e mulheres. Neste texto será abordada a história dos sapatos do século XVIII até os dias atuais.
No século XVIII os homens buscavam uma postura mais sóbria, contida e séria, situação que levou-os a abandonar o salto alto. Passou para a mulher a tarefa de representar por meio de acessórios, joias e roupas a riqueza da família, transformando o salto alto em uma cultura feminina a partir deste período. Já no século XIX, os sapatos femininos tinham uma cartela de cores limitada – geralmente branca, marrom ou preto – e as mulheres deveriam usar os modelos de salto baixo com linguetas para cobrir o peito do pé quando estivessem fora de casa, apesar do comprimento das saias tamparem os pés.
Além dos tradicionais sapatos, também usava-se na época oxfords e brogues quase andróginos, ou botas eduardianas amarradas ou com botões, fazendo referência a finura. Também foi neste período que surgiram as primeiras máquinas, situação que tornou possível aumentar a produção de calçados. Os equipamentos transformaram a confecção dessas peças em algo mais rápido e fácil de fazer e mais baratos.
Importante destacar que entre os períodos Império e Romântico os calçados eram, geralmente, sapatinhos baixos e funcionais. No período compreendido entre a Era Vitoriana e a Belle Époque figuram nos pés as botinhas, feitas de couro ou tecido bordado e geralmente com saltos médios e cadarço na frente, uma vez que era considerado de mau tom mostrar as canelas.
No século XX, durante a Primeira Guerra Mundial – 1914 a 1918 – surgiram diversas pressões econômicas, transformando o cenário da época. As saias da mulheres, por exemplo, ficaram mais curtas e os sapateiros passaram a produzir sapatos com cano alto, até que fosse aceito as mulheres mostrarem um pouco mais da meia. Foi neste período também que iniciou-se a industrialização dos calçados.
Linha do tempo dos sapatos/ Reprodução
Após a guerra, em 1919, ouviu-se falar pela primeira vez em tênis para a realização da prática esportiva. Em 1920 as sandálias retornaram à moda. Já na década de 30, durante a grande depressão, houve falta de certos recursos e os sapateiros precisaram improvisar e resgataram da Grécia Antiga o modelo de salto Anabela, feito com cortiça, devido a escassez do aço. Em 1940, com a II Guerra Mundial, os sapatos ganharam aspecto masculino. Neste período também Carmem Miranda e suas sandálias plataformas fizeram sucesso no mundo.
O salto agulha surgiu na década de 50 e, desde então, é conhecido na moda como o sapato feminino mais elegante. De lá para cá, ganharam destaque o tênis, as botas, os sapatos em um estilo mais sofisticados. No final do século XX, surgem inovações em cores, formas e matérias para os sapatos. A história dos sapatos hoje encontra-se em um período no qual vê-se surgir uma nova prioridade, o conforto, que traz conceitos como liberdade de movimento, dinamismo e formas que se encaixam perfeitamente aos pés.
Fonte
Sites Fashionatto e Terra