Por Bruna Marques de Oliveira
Professora universitária, educadora e técnica em modelagem
Segundo historiadores, a fibra do linho foi descoberta aproximadamente de 8000 a.C. Não se tem a data exata de quando a fibra começou a ser usada como tecido pelo homem. Porém há registro que comprovam o seu cultivo em 2500 a.C. Também encontramos a história do linho usada como tecido nobre e símbolo de poder e riqueza no Egito antigo, os faraós eram embalsamados com esse tecido. O linho também é considerado uma planta ecologicamente correta, pois o seu cultivo não é prejudicial ao solo Ele possui uma durabilidade grande e tem alto potencial de absorção do calor.
A fibra do linho de origem das plantas herbáceas é extraída do talo, o linho é arrancado pela raiz, a fim de se aproveitar todo o comprimento dos caules. Seu nome científico é linum usitatissimum. A estrutura da fibra é composta pela casca e pelo lenho, onde se encontra a zona de filaça, formada por feixes de filaças (Os feixes consistem em um grande número de fibras individuais).
Fonte: https://www.publicdomainpictures.net/en/hledej.php?hleda=linho&x=0&y=0
Atualmente, a fibra do linho é encontrada em ambientes com temperaturas mais frias e boa parte da produção é feita na Europa. Dentre os países produtores estão a Polônia, a Bélgica e os Países Baixos. Quanto ao Brasil o cultivo é bastante restrito a pequenas áreas com possibilidades de comercialização e extração da fibra.
França
Existem três tipos de linho e eles estão divididos de acordo com a sua finalidade: linho extraído da semente – é utilizado na produção do óleo de linhaça, o linho de fibra ou linho para debulhar – ideal para obtenção das fibras têxteis, e o linho de cruzamento – empregado para dar rendimento suficiente de fibras e óleo.
Fluxograma da obtenção da fibra de linho
Para o plantio da cultura do linho é necessário uma preparação da terra, geralmente acontece no período de junho. Após a colheita o material é colocado para secar (fenação) e obtendo-se a cápsula bem seca. Depois a fibra passa pelo processo de ripagem, em que serão separados o caule e a semente. Por fim, a fibra de linho passa para o processo de produção do fio.
Obtenção do fio do linho
Para produção do fio é necessário passar por um processo de extração das filaças do caule. O processo de saída da fibra de linho é feito por meio da marceração, encontra-se três técnicas:
- Maceração por orvalho: O orvalho e a chuva fazem com que se formem cogumelos de tamanho microscópico que irão decompor a cola vegetal.
- Maceração com água fria: as bactérias da maceração encarregam-se da destruição da cola vegetal.
- Maceração em água quente: Aquece-se a água a 28° a 30°, pois essa temperatura é propícia para o desenvolvimento de bactérias de maceração
O próximo processo é a secagem, em seguida acontece o processo de espadelagem que consiste na separação completa das fibras do linho. Depois, as fibras são separadas no processo de assedagem. Por fim, obtém-se o fio e posteriormente são realizados acabamentos e a fabricação do tecido.
Referência bibliográfica
CASTRO. C; SEQUEIRA. M. O linho e a sua cultura. Vila real UTAD, 1995.
O linho. Disponível em: http://pt.slideshare.net/ManuelaAlves1/o-linho-42449054
PEZZOLO, Dinah Bueno. Tecidos: história, tramas, tipos e usos. São Paulo: Senac São Paulo, 2007.
Jorge Fernandes Alves, O Trabalho do Linho. In MENDES, José Amado; FERNANDES, Isabel (Coord.) – Património e Indústria no Vale do Ave. Vila Nova de Famalicão: Adrave, 2002, p. 292-299.
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