Por Francys Saleh
Designer e docente no curso de Design de Moda na Universidade Católica de Pelotas (UCPEL)
O status das mulheres estava estreitamente ligado à sua participação no mercado de trabalho. Antes de 1900, pouquíssimas mulheres trabalhavam fora de casa. Sem um lugar de destaque no mundo dos negócios, elas não tinham autoridade e nem direitos. Na virada do século, começaram a trabalhar em fábricas, escritórios e lojas de varejo. A necessidade da conveniência das roupas prontas fez com que a indústria do vestuário crescesse e as roupas ready-to-wear fossem ainda mais aceitas.
A I Guerra Mundial, iniciada na Europa em 1914 (os Estados Unidos entraram em 1917), promoveu imensamente os direitos das mulheres porque permitiu que europeias e norte-americanas substituíssem os homens em funções antes exclusivas do sexo masculino. A ready-to-wear e as roupas de trabalho funcionais, usadas por essas mulheres tiveram um grande impacto na moda. “Agora que as mulheres trabalham”, relatou a Vogue em 1918, “as roupas de trabalho ganharam um novo status social e uma nova elegância”.
A tendência do masculino na moda feminina emergiu: os detalhes decorativos desapareceram em favor de um visual de alfaiataria que imitava os ternos. Espartilhos foram descartados e as curvas da silhueta de ampulheta, substituídas pela do tubo. Bainhas subiram e saias se ampliaram para dar maior liberdade de movimento. Ninguém queria ou tinha tempo para roupas complicadas. Essa mudança coincidiu com a necessidade de simplificar a construção das roupas devido aos custos de mão de obra cada vez mais elevados e resultou na democratização da moda. A moda refletia a maior independência das mulheres; em 1920, elas finalmente conquistaram o direito ao voto nos Estados Unidos.
FONTE: Moda – Do conceito ao consumidor – Gini Stephens Frings
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