No último post da série moda em quatro fases, pode-se perceber que a silhueta feminina, é distinta e inconfundível com os outros períodos da história da moda. O espartilho torna-se a peça de roupa mais utilizada num aspecto extremista e curvilíneo.
BELLE ÉPOQUE: Curvas, Curvas e Curvas
Este é um período de transição entre o final do século XIX e os primeiros anos do século XX – antes mesmo da Primeira Guerra Mundial. Nesta época prevaleceu na arte o Art Noveau, com suas formas curvilíneas, orgânicas e ornamentais. Na Inglaterra, o movimento foi chamado de Modern Style. Os materiais mais usados foram: o ferro e o vidro.
Imagem: PEACOCK, John. The chronicle of western costume. Londres: Editora Thomes & Hudson LTDA, 2003
A influência na moda foi tão grande que o ideal de beleza era de uma cintura de 40 cm e algumas mulheres faziam cirurgias para serrar suas costelas flutuantes. Foi uma época denominada: cintura ampulheta, volume nos ombros, cintura afunilada, volume no quadril.
O espartilho se faz notar por seu uso e contribuiu para afunilar a cintura.
As anquinhas desaparecem, mas as saias continuaram com volumes, em formato de sino, e tão ajustadas que mal se podia andar.
Na inovação feminina, houve a prática da equitação pela mulher, o que lhe proporcionou um ar de masculinização. Além disso, a prática da bicicleta se tornou um hábito. Eis que surge o tailleur e a saia calção com enchimento para sentar.
A prática de esportes como tênis, peteca, arco e flecha, transformaram o período em vida urbana de imenso lazer e tranquilidade.
Imagem: PEACOCK, John. The chronicle of western costume. Londres: Editora Thomes & Hudson LTDA, 2003
Também surgiram os trajes de uso no mar e nas praias. A influência da moda infantil, que sempre foi copiada dos adultos, trouxe a novidade das roupas de marinheiro, fazendo com que os adultos a aderissem em seus banhos de mar. Esse fato desencadeou o conceito que chamamos de moda marinheiro.
Em relação à moda masculina, ela estava muito bem posicionada e estruturada em sua funcionalidade e praticidade.
A alta-costura continuava a crescer e diferenciar as classes, e os novos costureiros foram surgindo.
Por Roberto Rubbo
Professor de Moda do Senac FAU